Para entender a importância do orçamento pessoal, vamos partir de um exemplo simples: vamos supor que você saia de casa para trabalhar com R$ 50 em dinheiro. A noite, quando você chega em casa, só tem R$ 5,00. No entanto, você não consegue lembrar em que gastou o dinheiro, tendo apenas o comprovante do almoço, que custou R$ 25,00, e de ter gasto R$ 10,00 de transporte e de um café, que lhe levou mais R$ 4,00.

Em sua conta faltam R$ 6,00. Pode não parecer nada, mas, se você multiplicar esse valor pelos dias de trabalho, em torno de 22 por mês, o valor chegará a R$ 132,00. Não fazendo o controle, no final do ano você não vai saber onde gastou R$ 1.584,00.

Como você pode ver, os gastos menores fazem uma grande diferença ao longo do tempo e, se você quiser saber como anda o seu orçamento pessoal, a melhor coisa é anotar tudo, mesmo gastos mínimos.

O orçamento pessoal, portanto, é a melhor coisa a fazer para saber onde está indo o seu dinheiro, ajudando você a estabelecer um plano para seus gastos e garantir uma boa economia no final de cada mês.

Para montar o seu orçamento não é preciso muita coisa: basta uma planilha do Excel e boa vontade.

Quais contas usar para o orçamento pessoal

Vamos mostrar o que você deve fazer para elaborar o seu orçamento pessoal. Se você se conscientizar dessa necessidade, vai ver que se trata de um exercício bem interessante para controlar tudo o que acontece em sua vida financeira.

Para elaborar o seu planejamento financeiro é preciso ter em mãos os valores que envolvem seu dinheiro:

  • As receitas do mês, como salário ou rendas extras;
  • Os gastos de cada dia;
  • O peso de cada conta no seu orçamento;
  • Quanto você pode gastar em cada tipo de despesa;
  • Quanto você pode economizar;
  • Onde é que vai precisar cortar despesas.

Assim, somente é preciso organizar suas despesas e definir seus objetivos. De uma maneira prática, você passará a gastar mais conscientemente, trazendo economia, por mínima que seja, em cada mês.

Para montar o orçamento pessoal, é preciso começar com o planejamento e o registro de todas as suas despesas. Depois dos lançamentos na planilha, você poderá fazer a avaliação de tudo o que consumiu e analisar aquilo que pode ser reduzido.

Vamos ver, mais detalhadamente, cada uma dessas etapas:

1.  O planejamento do orçamento pessoal

O planejamento para o orçamento pessoal começa com a anotação das receitas e das despesas, definindo as prioridades de sua vida financeira. Ao anotar as receitas, se você é empregado com carteira assinada, use sempre o valor líquido, ou seja, aquilo que você recebeu em sua conta.

No caso das despesas, separe-as em categorias, classificando as contas como despesas fixas e variáveis.

Como despesas fixas, considere aquelas que mantém um valor médio aproximado todos os meses, como aluguel, prestações, contas de água, luz e telefone e outras que não tenham alteração do valor.

As despesas variáveis são aquelas que você não sabe exatamente o quanto serão no final do mês, como, por exemplo, vestuário, alimentação, combustível e outras.

2.  Registro dos gastos na planilha

Sabendo as categorias em que costuma gastar seu dinheiro, passe a anotar tudo aquilo em que está gastando, desde um cafezinho na padaria até a prestação do seu carro. Cada categoria de gastos deve ter o seu nome específico, anotado na planilha, para que você saiba onde inserir o valor.

Crie o hábito de fazer isso todos os dias e, se por acaso costuma esquecer alguma coisa, leve junto um bloco de anotações, ou no próprio celular é possível fazer as anotações. Sempre que gastar alguma coisa, anote. Outros gastos podem ser verificados pelo extrato de sua conta ou fatura do cartão de crédito.

Além disso, sempre guarde todos os comprovantes, como notas fiscais e recibos, armazenando-os em uma pasta, agrupando por ordem de data.

Para ter maior controle, anote também se o gasto foi feito com dinheiro, com cartão ou com cheque. Assim você também saberá o que mais usa para fazer pagamentos.

3.  Na planilha de orçamento pessoal, faça o agrupamento das categorias

Agrupando as despesas em categorias você terá como visualizar melhor o percentual das despesas em relação aos seus rendimentos. Assim você poderá planejar melhor como reduzir ou cortar algumas despesas, sobrando mais para sua poupança.

Veja, não é preciso separar “transporte para o trabalho” ou “transporte para lazer”, mas simplesmente “transporte”. Por exemplo, agrupe todos os custos de alimentação, de lazer, de saúde, de habitação, cada um em sua categoria específica.

 

Planilha de Orçamento Pessoal e Familiar

4.  Faça a avaliação semanal de seu orçamento pessoal

Não deixe para fazer a avaliação do seu orçamento pessoal apenas no final do mês. Tire um tempo a cada semana para saber onde está indo o seu dinheiro e o que é possível fazer para garantir mais economia, fazendo, ao mesmo tempo, o planejamento para a próxima semana.

Com base em tudo o que registrou, veja se há alguma categoria de conta em que você gastou mais do que o costume e o que é possível fazer para reduzir. Essa é uma forma de se educar financeiramente, fazendo dessa rotina um hábito saudável.

Se você ainda tem dívidas, mantenha todas elas atualizadas e, quando liquidar qualquer uma delas, pense duas vezes antes de fazer outra. O dinheiro economizado em cada parcela será bastante útil para você alcançar um objetivo maior.

Caso os valores economizados não sejam suficientes para investimentos maiores, abra uma caderneta de poupança e vá acumulando. Você pode, mais tarde, investir em algo que lhe renda mais, como um título do Tesouro Direto.

Em pouco tempo você vai se acostumar com o orçamento pessoale, em vez de se tornar uma obrigação, será uma rotina agradável, onde será possível perceber que, mantendo o controle sobre sua vida financeira, a cada dia seus objetivos estarão mais próximos de serem alcançados.