O planejamento sempre foi uma das mais importantes ferramentas para qualquer empreendimento e, em tempos de crise, deve ser visto como uma estratégia das mais promissoras para superar a fase crítica e conseguir manter a fluxo de caixa positivo, fazendo com que o empresário não seja pego de surpresa e não comprometa os resultados financeiros de seu negócio.

Planejar significa agir estrategicamente, traçar ações programadas dentro das possibilidades do seu fluxo de caixa, buscando uma forma sólida de superar a crise, criando metas definidas, dentro dos padrões empresariais, trazendo para a empresa resultados propícios mesmo quando a situação está em baixa para o mercado.

No ano de 2015 começamos a entrar num período que poderá ser considerado, ao seu final, como a pior crise vivenciada pela história econômica e política brasileira em seu período republicano. As previsões fazem entender que a crise ainda vai se estender por todo o ano de 2016 e alcançar 2017, havendo uma possibilidade de recuo da crise e retomada do crescimento somente em 2018.

É um momento em que o mercado está sujeito a grandes variações e, por isso, é preciso estar preparado para o atual desempenho da economia nacional e da sociedade como um todo. O planejamento estratégico, portanto, é essencial para garantir a viabilidade econômica e financeira do empreendimento.

Como planejar os negócios em época de crise

O momento de crise, para os orientais, é o momento em que se encontram mais oportunidades. Assim, a crise apresenta duas grandes vantagens para o empresário que pretende fazer o seu planejamento: em primeiro lugar, a crise é o momento em que todos se fazem perguntas que não são feitas em épocas normais, analisando melhor o mercado e as condições em que tudo está se passando. Em segundo lugar, está a consequência desses questionamentos: quais são as partes ineficientes da empresa e como superá-las?

Nesse momento a empresa deve voltar-se para as oportunidades que ainda não estão sendo exploradas pelo mercado, ou voltar-se para a busca de clientes nas áreas em que a empresa está atuando.

Dessa forma, o ponto de vista deve ser totalmente mudado, questionando-se de maneira diferente, buscando a oportunidade de explorar mercados e clientes com que a empresa não se preocupava nos momentos em que tudo estava normal na economia.

A busca de novos mercados e de novos clientes é a grande oportunidade para o empreendedor que souber planejar os seus passos e conduzir a empresa em meio à tempestade. Essa é a grande cartada para quem quer escapar da crise, melhorando o seu fluxo de caixa e continuando com o seu empreendimento, mesmo diante da crise.

Planejar pensando no futuro e não em custos

A crise tem seu início, seu meio e seu fim. O importante é manter-se enquanto ela dura. Um empresário que fica mais preocupado com os custos, em momentos de crise, pela própria preocupação já está com um grande problema de gestão administrativa nas mãos.

Os custos, evidentemente, devem ser uma preocupação constante da empresa, em todos os momentos. O controle de custos deve ser feito para garantir a empresa nos momentos difíceis, possibilitando a manutenção de recursos que possam sustentá-la quando o mercado entra em decréscimo, devendo esses recursos serem utilizados para a manutenção da viabilidade econômica e financeira do negócio.

O empresário, ao criar o seu planejamento estratégico para épocas de crise, deve tomar cuidado para não cortar o que seja essencial para a empresa e aquilo que gera valor para o cliente. O corte de investimento em marketing ou mesmo no treinamento e desenvolvimento de equipes não é uma medida salutar: a crise vai passar e, quando ela chegar ao fim, a empresa precisa estar preparada para o crescimento e desenvolvimento de suas atividades.

Se o empresário corta o que seja importante para a empresa, certamente seus concorrentes não irão fazer o mesmo e, quando terminar a crise, terão melhores condições de sair na frente, vencendo a corrida em busca dos resultados.

Mesmo que haja redução de receitas em tempos de crise, mantenha em ordem seu fluxo de caixa, verifique o corte de despesas que não façam falta para a empresa, e não aquelas que, depois da crise, mostrar-se-ão como investimentos essenciais para a qualidade dos serviços e dos produtos que sua empresa oferece.

Planejar pensando no atendimento dos clientes

Planejando o atendimento ao cliente

Com a crise, a receita é reduzida e, consequentemente, também o número de clientes. Nesse caso, o empresário deve pensar em proteger também os seus clientes, mantendo sua fidelidade e buscando mercados onde possa haver clientes que não são bem atendidos.

A melhor maneira de superar o momento de crise é garantindo tudo o que a empresa promete, evitando qualquer tipo de corte e mostrando que, embora exista uma crise, o comprometimento da empresa com o seu cliente não teve qualquer alteração.

O grande esforço para o empresário será, no futuro, após a crise, também o seu mérito: manter o padrão de qualidade, manter o nível de prestação de serviço, obedecer ao prazo de entrega e atendê-lo como numa época de economia normal.

Caso haja necessidade, a melhor coisa a fazer é trabalhar com transparência, renegociando o contrato e deixando claro que se trata apenas de uma solução momentânea, que aquilo está sendo feito para dar o atendimento. O cliente, que também está vivenciando a mesma crise, irá entender perfeitamente quando o empresário joga limpo com ele.

A época de crise também é o momento em que o empresário deve confiar em sua equipe, principalmente a comercial, esclarecendo pontos e fazendo reuniões, mostrando com clareza toda a situação e verificando também a dificuldade que cada integrante da equipe comercial está tendo com a clientela.

Planejar pensando nas possibilidades da empresa

Num momento em que a economia está em crise, o primeiro pensamento do empresário sempre deve estar voltado para as finanças da empresa. Saber utilizar os recursos financeiros existentes é o modo mais acertado de superar a crise.

Assim, o empresário deve se valer de seu fluxo de caixa e estabelecer limites para sua utilização, evitando fazer financiamentos e endividar-se com juros exorbitantes. Caso a empresa esteja com boas finanças, pode ser o momento de investir em novos negócios, buscando oportunidades para crescimento depois da crise. Caso contrário, o melhor é manter as reservas e suportar a crise. Ela vai passar.